Enquanto o Bitcoin (BTC) continua sua escalada vertiginosa, batendo recordes de aporte com US$ 2,45 bilhões em produtos de ativos digitais na semana terminada em 17 de fevereiro, o mercado se vê em uma espécie de suspense: onde estão os novos investidores? Com os ativos sob gestão do setor recuperando os patamares de dezembro de 2021, totalizando US$ 67,1 bilhões, os Estados Unidos lideram a investida através dos ETFs de Bitcoin à vista. Contudo, rumores sugerem que essa maré alta não está trazendo consigo os tão esperados novos rostos ao mundo cripto.
Apesar dos ETFs de Bitcoin à vista acumularem um saldo líquido impressionante de US$ 4,93 bilhões desde seu lançamento em 11 de janeiro, os dados da BitMEX Research levantam uma sobrancelha cética: será que esses números grandiosos estão realmente significando um aumento na base de investidores, ou estamos apenas assistindo a uma migração interna de capital?
O Bitcoin exibe uma resiliência notável, mantendo-se em alta mesmo na aparente ausência de investidores de varejo. Mas, como desvendar esse enigma? A emissão diária de 900 BTC, um incentivo aos mineradores, contrasta com o volume diário ajustado do Bitcoin, que ultrapassa os US$ 10 bilhões. Claramente, o impacto dos mineradores no preço do Bitcoin é limitado, dado que mais de 93% do suprimento total já está em circulação.
Comparando com eventos anteriores, como o anúncio da Tesla em fevereiro de 2021 de uma aquisição de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin, que impulsionou o preço em 48% em apenas 14 dias, o efeito dos ETFs de Bitcoin à vista parece mais contido. As vantagens desses ETFs, contudo, podem explicar a situação: eficiência fiscal, simplicidade de relatórios fiscais, planejamento patrimonial facilitado e riscos de custódia reduzidos são todos atrativos significativos para os detentores de Bitcoin transferirem suas posições para os ETFs à vista.
Além disso, o aumento no interesse aberto de futuros de Bitcoin na CME sugere uma compensação entre o influxo para os ETFs à vista e as posições vendidas nos mercados de derivativos. Isso indica uma complexa dança financeira, onde a entrada de capital nos ETFs é neutralizada por movimentos contrários nos mercados futuros.
Enquanto isso, os saques do GBTC da Grayscale apontam para uma redução no "sangramento" de ativos, um sinal potencialmente otimista para o mercado. E à medida que o influxo continua, cresce a expectativa de que uma eventual escassez de oferta possa catapultar o preço do Bitcoin para além dos US$ 60.000.
Assim, em meio a altas recordes e manobras de mercado complexas, a pergunta que permanece é: onde estão os novos investidores? Talvez estejam apenas à espreita, esperando o momento certo para entrar na dança cripto, ou talvez já estejam entre nós, disfarçados de investidores veteranos buscando novas estratégias de investimento. De qualquer forma, o mercado de Bitcoin continua a ser um espetáculo fascinante de se observar.
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